quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Série Dr. Martin Fischer - 05: Codinome - Spectador! Ernst Feder, escritor e jornalista internacional tinha grandes contatos com a cidade de Ijuí - nos 50.

Através dos “codinomes”, grandes personagens conseguiram expressar suas opiniões e relatar fatos polêmicos no decorrer da história.
Ernst Feder

“Spectador” era o codinome usado por Ernst Feder, nascido em Berlim em 18 de março de 1881. Feder foi jornalista e editor do “Berliner Tageblatt” (1919-1931). Presidente da Associação da Imprensa Alemã, Juiz permanente do Tribunal Internacional de Honra da Imprensa de Haia. Possuía posição de liderança dentro do partido democrático alemão. Feder emigrou para França em 1933 e para o Brasil em 1941 aonde continuou seus trabalhos jornalísticos, escrevendo para “Diário de Notícias, ”Jornal do Brasil”, ”O Jornal”, ”Jornal do Comércio”, “Diretrizes”, “A noticia”, “Gazeta”, “Folha da Manhã”, “A noticia”, “Gazeta”, “Tribuna”, “A tarde”. 
Ele retornou à Alemanha em 1957 e morreu em Berlim, em 29 de março de 1964. Encontramos artigos de Feder, na coleção Martin Fischer  localizada no Museu Antropológico Diretor Pestana – MADP, de Ijuí. Em noticias do Jornal Die Serra Post, Correio Serrano, e nas correspondências trocadas entre ele e o Dr. Martin, (conf. MADP 0.6.4 pasta 10,documentos 202,215,225) com uma linguagem de grandes pensadores, e sentimentos de   admiração e respeito mútuo. 
A Editora Ulrich Löw que editava o jornal Correio Serrano, Die Serra Post e o Serra-Post Kalender foram grande divulgadores das idéias e artigos de Ernst Feder, tendo inclusive publicado algumas vezes alguns textos inéditos deste escritor e jornalista internacional, principalmente na década de 50. E certamente Martin Fischer era a pessoa de contato/editor e intermediária entre Feder e a Editora Löw.
Infelizmente não temos esta página do jornal Die Serra Post em resolução maior.
 Foi Feder um dos mentores da resistência contra o nazismo, organizando movimentos que mobilizaram grandes escritores e humanistas (“União dos Escritores contra o Fascismo”, conforme o jornal “Folha Carioca 22/01/45”). Ele também foi grande amigo de Stefan Zweig. Inclusive foi o  último ao vê-lo com vida antes do trágico suicídio dele e sua esposa em Petrópolis,  no Rio de Janeiro em 1942.
Ernst Felder escreveu verdades sobre o terror nazista (artigo “Assim fala a rádio de Berlim”... publicado no Diário de Notícias 09/01/45); sobre a famosa “Operação Valquíria”, também relatou os nomes dos juízes tão bem conhecidos por ele no Tribunal de Nuremberg em pleno ano de 1945, além de fatos históricos da velha Europa, com riquezas de detalhes nunca relatadas por outrem, trazendo grandes contribuições para o conhecimento histórico.


 
 E, acima de tudo, Feder era um ser humano que acreditava realmente nas palavras do amigo Zweig,  que em sua carta de despedida ansiava pela  libertação do mundo  do “pesadelo nazista”, com a seguinte mensagem: “...saúdo a todos os meus amigos que ainda possam ver a aurora após a longa noite. Eu, demasiado impaciente, vou-me embora antes (Stefan Zweig,Petrópolis 22.11.42)....”

Anexo: Uma biografia mais completa sobre Ernst Feder:
   Pesquisadora e historiadora Marcia Adriana Krug

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