segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Martin Fischer e a "Ordem dos Cavaleiros Teutônicos" - Série Dr. Martin Fischer - Número 06.

Grande Castelo Teotônico de Malbork, construído pela Ordem dos Cavaleiros Teutónicos, uma ordem religiosa católica romana alemã de cruzados. Situa-se cerca de 60 quilómetros a sudeste de Gdansk, na cidade polaca de Malbork. A ordem chamou-lhe Marienburg (Castelo de Maria), o mesmo nome que receberia a cidade que cresceu à sua volta.


A Ordem dos Cavaleiros Teutônicos

Ao passo que vamos avançando dentro da Coleção Martin Fischer que esta locada no acervo documental do Museu Antropológico Diretor Pestana – MADP de Ijui, RS, além de adquirirmos um grande conhecimento histórico podemos viajar no tempo e conhecer pessoas, cidades, países de vários períodos da história local, nacional e mundial.
Manuelito
 Em nossa  viagem  de hoje, através de mais uma das  cartas do Dr. Martin Fischer enviada ao Sr. Manuelito de Ornella, datada de 10 de agosto de 1954 (MADP 0.6.4 pasta 13 documento 74), aportaremos na  região da Alemanha aonde se localizava a capital da Prussia Oriental, Konigsberg. A Prússia Oriental era a província do reino Prussiano com a maior  e melhor criação de cavalos, campos vastos, coxilhas, rebanhos de gado e muitas matas. Os prussianos do leste sempre se diferenciaram dos demais prussianos por ter costumes e características próprias muito parecidas com as dos habitantes do nosso Rio Grande do Sul no Brasil, pessoas com jeito “bonacho” com caráter firme e leal. Assim, Fischer explicava ao amigo Manoelitto como o Rio Grande do Sul tinha lhe conquistado o coração tornando-se  sua “nova Pátria”.
Acervo Documental do MADP, Coleção "Martin Fischer".
 Konigsberg era a capital da Prússia na Idade Média até 1701, quando a capital foi transferida para Berlim. 
 Foi a grande cidade oriental alemã até que foi conquistada pela União Soviética perto do final da Segunda Guerra Mundial.  E,  foi nesta cidade, em 10 de fevereiro de 1887, que nasceu o imigrante e historiador Dr. Martin Fischer.

Martin Fischer e a "Ordem dos Cavaleiros Teutônicos"

Ao darmos continuidade a carta de Fischer ao amigo Manuelito encontramos a informação de que sua família era antiga e tradicional, tendo sido  seu pai, Richard Fischer, um conhecido historiador. Seus ancestrais eram escoceses e que Koenigsberg foi fundada pela Ordem dos Cavaleiros Teutônicos.
Estátuas encontradas no pátio do Castelo Malbork.
           A Ordem Teutônica foi uma das mais poderosas e influentes da Europa. A maioria dos seus membros pertencia a nobreza, inclusive a família real prussiana e outros nobres germânicos. Os soberanos e a nobreza dos estados antecessores à atual Alemanha , inclusive a família soberana do Império Alemão (1871-1918) e da Prússia (1525-1947) é  a mais jovem das três “Ordens militares,” tendo sido fundada em 1190 como uma unidade de auxilio, por comerciantes alemães preocupados com os compatriotas sujeitos a doenças.
Pouco depois, foram lhes concedidas terras para construir um hospital, e também um estado Monástico. Os Teutônicos foram então, surpreendidos com a instrução pelo Papa Inocêncio III, para se tornarem uma Ordem Militar. O braço militar era baseado no modelo dos Cavaleiros Templários e o Hospital dos Cavaleiros Hospitalários e geralmente usava um hábito branco com uma cruz preta.
Em 1809, quando Napoleão Bonaparte determinou a sua extinção, a Ordem perdeu as suas últimas propriedades seculares, mas logrou sobreviver até o presente. No decreto papal emitido por Pio XI, a 21 de novembro de 1929, transformava os cavaleiros teutônicos numa ordem clerical composta por sacerdotes, padres e freiras. Atualmente, tem a sua sede em Viena, Áustria, e trabalha primordialmente com objetivos assistenciais. A cruz teutônica está na origem da célebre "Cruz de Ferro"  condecoração ainda em uso pelas forças armadas alemãs.
E, nos surpreendemos, ao nos depararmos com os símbolos recortados de tecidos bordados de Ostpreussen (Prusia Oriental-Koenigsber), Grenzmark (marca da cruz) e Danzig (provincia da Dansk, cidade da Polônia) cuidadosamente  fixados em  um dos  diários da Coleção Martin Fischer.
     O que estes símbolos representavam para o casal Fischer e qual conhecimentos históricos Dr. Martin Fischer trazia consigo sobre a Europa e até mesmo sobre a grande “Ordem dos Cavaleiros Teutônicos”

Infelizmente não temos informações concretas para fazermos qualquer afirmação sobre estes assuntos, através de nossas pesquisas. 
Dr. Martin Fischer um verdadeiro "Leão Prussiano".

Mas nesta viagem de conhecimentos nos transmitidos pela sua Coleção, conseguimos nos transportar com este  “leão prusssiano” (assim chamado Martin Fischer pelos amigos) as portas do grande Castelo Teutônico de Malbork e ali encontrarmos verdadeiros “Cavaleiros”.

Apêndice:
  •   Manuelito de Ornelas (Nascido em Itaqui, dia 17 de fevereiro de 1903. Faleceu em Porto Alegre, no dia 8 de julho de 1969) foi um jornalista e escritor brasileiro. (Em tempo: Observamos que a grafia do nome em relação a carta escrita por Martin Fischer (em 1954) e a Wikipédia está escrita de forma diferente. Talvez um pequeno erro de época, pois cremos que a versão atual é a correta).
Manuelito foi redator do Jornal da Manhã e, após, redator-chefe de A Federação. Em 1938 foi nomeado diretor da Biblioteca Pública do Estado e eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI).
Em 1951 assumiu como professor interino as disciplinas de Literatura Hispano-Americana e Cultura Ibérica da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sendo efetivado em 21 de dezembro. Em 1954 foi afastado da UFRGS, ingressando na Faculdade de Filosofia de Florianópolis, onde passou a lecionar História da Arte.
Em 1968 recebeu o Prêmio Joaquim Nabuco, da Academia Brasileira de Letras, entregue pelo acadêmico Ivan Lins, pela obra Máscaras e murais de minha terra.
Está vinculado à vertente platina da historiografia riograndense, junto com Alfredo Varela. É autor de diversas obras de cunho sociológico, entre elas a obra fundamental da cultura gaúcha e da cultura brasileira, Gaúchos e Beduínos, considerado um dos dez principais livros da sociologia brasileira.
Foi o tradutor do romance Ariadne, de Claude Anet, e Tabaré, o poema de Juan Zorrilla de San Martín.
Foi o patrono da 17ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Pesquisadora e historiadora Márcia Adriana Krug

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